sábado, 20 de fevereiro de 2010

Morte, tristeza e consternação

Hoje pela manhã faleceu minha vizinha.

Era vizinha de portas a quase oito anos, era casada e tinha uma filha e dois filhos, nunca soube o que fazia da vida, o que pensava sobre diversos assuntos e nem de suas opiniões, nunca conversamos, era pessoa na dela e eu também, mas sempre foi alguém com quem eu sabia que poderia contar.

Por todo o tempo em que morei só, era aos meus vizinhos a quem recorria quando algo que não poderia ou não conseguiria resolver sozinha acontecia. E foram várias as vezes que por exemplo fiquei trancada do lado de fora do meu apartamento, porque a porta havia emperrado, outras vezes não consegui sequer entrar no prédio, pois o cadeado do portão quebrou, algumas dessas vezes fiquei na chuva.

Nem sempre era ela quem vinha me ajudar, mas eu chamava por ela, o marido então aparecia para me socorrer e muitas vezes tod@s, incluindo filha e filhos. Também era com ela que repartia minha angustia nos momentos em que faltava energia ou água, ela fazia o mesmo comigo.

Paro para pensar em tudo isso agora e acho estranho, éramos distantes e próximas.

E eu que só percebia com nitidez a distância... Percebo agora que ela me fará falta e que estou triste e consternada pela forma como foi, de repente e rápido, fui a uma reunião, quando voltei poucas horas depois, tudo havia acontecido, aqui mesmo em frente à minha casa, como pôde isso? Perguntei ao esposo dela, ela já estava doente? Ele me disse que não. Parece até que há consolo em certas justificativas que ficamos nos dando diariamente, mas na verdade não há, é isso que estou sentindo neste momento, tudo é breve e sem sentido na maior parte das vezes, o que fazer? Não sei, não sei...

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Enfim, sobre Avatar

Aproveitei o Carnaval para brincar e também para finalmente assistir ao famigerado filme Avatar de James Cameron, já que minhas críticas antecipadas não estavam sendo consideradas como deveriam.

Disse e repito, dificilmente algo que acredito sobre um filme se torna diferente depois de vê-lo e foi exatamente isso que aconteceu com esse Avatar. Logo ao ver o trailler afirmei que se tratava de algo de péssima qualidade, minha opinião não se modificou com os comentários superlativos de uma incrível quantidade de pessoas, algumas que até considero ter bom gosto para filmes, diferentemente da maioria que faz do cinema uma extensão do Shopping, algo para entreter, gastar e não pensar.

Vê-lo foi muito pior, considerava que pelo menos o estardalhaço a respeito das incríveis imagens em 3D valesse realmente a pena, mas nem isso, há imagens bonitas, bem feitas, porém nada demais.

E o que dizer do resto se os “incríveis” efeitos em 3D não valem a pena? Praticamente nada de bom, o roteiro é fraco, bobo, infantilizado e recheado de clichês, o “herói” não passa de um traidor abobalhado que não convence nunca em ser alguém que possa liderar um planeta inteiro contra outro, no caso o dele próprio, o que torna o protagonista traidor duas vezes, isso não ajuda nem um pouco para que se tenha empatia por ele e pela causa a ser defendida.

Não vou explicar a historinha aqui, porque a essa altura, tudo mundo já sabe ou ouviu falar, sendo assim não vou perder tempo e paciência escrevendo sobre algo totalmente dispensável e que me aborreceu deveras.

Personagens estereotipados ao extremo, atentado contra a inteligência dos menos tolos, com a velha bobagem de tornar um estadunidense predestinado a alcançar glórias e conquistas, sinceramente como se pode levar esse filme a sério?

Não entendo e continuarei sem entender, pois bem sei que muit@s não concordam com nada do que escrevi.

E assim é a vida, estranha e sem noção, terra de ninguém, lugar em que uma mediocridade cinematográfica se enche de ares ditos artísticos e concorre diretamente com o que verdadeiramente faz sentido.

P.S. Me recuso a colocar imagens do filme aqui, não gostei e não quero ver no meu blog... hahahahaha...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

1ª mulher a ganhar o DGA em 62 anos



1ª mulher a ganhar o DGA em 62 anos

Esse título pertence a diretora estadunindense nascida em 1951 Kathryn Bigelow.

Trata-se realmente de um grande feito, seu filme "The Hurt Locker", mal "traduzidíssimo" aqui no Brasil para "Guerra ao Terror", saiu direto para o formato DVD, concorria com outras produções que puderam ou ainda podem ser vistas nos cinemas: "Avatar" de James Cameron (ex-marido de Bigelow) "Amor sem escalas" de Jason Reitman, "Preciosa" de Lee Daniels e "Bastardos Inglórios" de Quentin Tarantino.

Já conquistou diversos prêmios, além deste do DGA - Directors Guild of America, "Guerra ao Terror" já conquistou o prêmio de melhor filme da PGA - Producers Guild of America e melhor filme, ator (Jeremy Renner) e direção segundo a NSFC - National Society of Film Critics.

Suas chances de ainda ser visto em cinema se tornaram maiores, devido a tantos prêmios e indicações, só no Oscar ele está concorrendo em nove categorias juntamente com o famigerado Avatar. E há outra raridade também neste último caso, em mais de 80 anos de entrega do Oscar apenas outras três mulheres foram indicadas na categoria direção, nenhuma venceu, se Kathryn Bigelow vier a conquistar mais esta, será novamente a primeira.

Então muito boa sorte a ela, que está ainda em pleno século XXI, desbravando caminhos nunca antes alcançados por mulheres.

E por último, mas não menos importante, acrescento que já assisti Guerra ao Terror, em DVD mesmo e realmente é um ótimo filme, merecedor dos reconhecimentos que estão sendo obtidos. Parabéns Kathryn Bigelow!