Hoje pela manhã faleceu minha vizinha.
Era vizinha de portas a quase oito anos, era casada e tinha uma filha e dois filhos, nunca soube o que fazia da vida, o que pensava sobre diversos assuntos e nem de suas opiniões, nunca conversamos, era pessoa na dela e eu também, mas sempre foi alguém com quem eu sabia que poderia contar.
Por todo o tempo em que morei só, era aos meus vizinhos a quem recorria quando algo que não poderia ou não conseguiria resolver sozinha acontecia. E foram várias as vezes que por exemplo fiquei trancada do lado de fora do meu apartamento, porque a porta havia emperrado, outras vezes não consegui sequer entrar no prédio, pois o cadeado do portão quebrou, algumas dessas vezes fiquei na chuva.
Nem sempre era ela quem vinha me ajudar, mas eu chamava por ela, o marido então aparecia para me socorrer e muitas vezes tod@s, incluindo filha e filhos. Também era com ela que repartia minha angustia nos momentos em que faltava energia ou água, ela fazia o mesmo comigo.
Paro para pensar em tudo isso agora e acho estranho, éramos distantes e próximas.
E eu que só percebia com nitidez a distância... Percebo agora que ela me fará falta e que estou triste e consternada pela forma como foi, de repente e rápido, fui a uma reunião, quando voltei poucas horas depois, tudo havia acontecido, aqui mesmo em frente à minha casa, como pôde isso? Perguntei ao esposo dela, ela já estava doente? Ele me disse que não. Parece até que há consolo em certas justificativas que ficamos nos dando diariamente, mas na verdade não há, é isso que estou sentindo neste momento, tudo é breve e sem sentido na maior parte das vezes, o que fazer? Não sei, não sei...
2 comentários:
Nessas situações a única coisa que sei com certeza é que se tem pouco a dizer...
Mas o teu texto conseguiu passar bem o sentimento...
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