O público recifense vai ter a oportunidade de assistir a seis filmes realizados na década de 1920 durante a I Jornada do Cinema Silencioso, que começa nesta segunda-feira (19) e segue até a próxima quinta (22). Com abertura no Teatro de Santa Isabel e exibições no Cinema da Fundação, a jornada reúne preciosidades da época do cinema mudo, com destaque para filmes que estão no acervo da própria Fundação Joaquim Nabuco, como Atairé da praia, filme expressivo do Ciclo do Recife – movimento pioneiro da produção cinematográfica local –, e obras de Ary Severo, Jota Soares, entre outros.
A abertura da jornada acontece no Teatro de Santa Isabel, às 20h, com a exibição do filme A Filha do Advogado (92 min), com trilha sonora executada ao vivo pelo pianista Marco Caneca. Na ocasião também acontece o lançamento do livro Relembrando o Cinema Pernambucano, de Paulo Cunha. O evento é apenas para convidados.
A programação aberta para o público começa na terça-feira, com exibições sempre seguidas de debate: no primeiro dia, o tema é o Ciclo do Recife. Na quarta-feira, Preservação de acervos cinematográficos. Encerrando a jornada, acontece o debate Cinema Pernambucano Contemporâneo.
O objetivo maior do evento é o diálogo do passado com o presente, mostrando também como as novas tecnologias de restauro podem ajudar neste diálogo. A Jornada tem ainda a proposta de estreitar a relação entre a música e a produção audiovisual. Assim, todas as exibições dos filmes vão ter trilha sonora executada ao vivo por músicos de formação erudita e popular.
Antes de passar pelo Recife, a Jornada foi apresentada em São Paulo pela Cinemateca Brasileira, no mês de agosto.
Confira abaixo a programação da mostra e as sinopses dos filmes
Teatro de Santa Isabel
Segunda, 19 novembro
20h - AberturaPresidente da Fundaj,
Representante da Cinemateca Brasileira
Representante da Prefeitura do Recife
A Filha do Advogado (92 min) – Ano 1926
Direção: Jota Soares. Com Euclides Jardim, Jota Soares, Guiomar Teixeira, Norberto Teixeira e Olíria Salgado.Melodrama, tendo como principal locação o então palacete da família Bandeira, na avenida Rosa e Silva. O argumento foi baseado numa novela do poeta Costa Monteiro e conta a história de um triângulo amoroso. Nela um rapaz rico, Helvécio Aragão, vive bêbado em farras, comete atos violentos e permanece impune. O pai, Paulo Aragão, é um advogado famoso e rico, que tem uma amante.
Trilha sonora - pianista Marco Caneca
Lançamento do livro Relembrando o Cinema Pernambucano, de Paulo Cunha
21h30 - Coquetel
Cinema da Fundação
Terça, 20 novembro
19h30 - Aitaré da Praia (62 min, 35mm) - Ano: 1925
Direção: Gentil Roiz. Atores: Almeri Steves, Ari Severo, Jota Soares e Rilda Fernades. Conta a história de amor entre o pescador Aitaré e a jovem Cora. A mãe da moça, porém, opõe-se ao namoro e apóia Traíra, inimigo e rival do pescador.
Trilha sonora - Muniz do Arrasta-pé e Naércio do Acordeon, com a direção do compositor Lívio Tragtenberg, criador da Orquestra das Ruas de São Paulo
20h30 – mesa-redonda - Ciclo do Recife
Homenagem ao cineasta Fernando Spencer
Coordenação: Rita de Cássia Araújo, diretora de Documentação da FundajDebatedores: Alexandre Figueirôa (professor e pesquisador da Universidade Católica de Pernambuco), Luciana Corrêa de Araújo (professora e pesquisadora da Universidade Federal de São Carlos), Paulo Cunha (professor da Universidade Federal de Pernambuco), Fernando Spencer (cineasta)
Quarta, 21 novembro
19h30 - Grandezas de Pernambuco (30min, 35mm) – Ano 1926
Diretor: Chagas Ribeiro. Documentário que apresenta, entre outros aspectos, o cais do porto, prédios e ruas do centro da cidade e bairros, Mercado de São José, Casa Operária, Avenida Beira-Mar, queda-d’água e reservatório de Gurjaú, Jockey Club, Mercado da Madalena, Câmara dos Deputados, Ginásio Pernambucano, a Escola Normal e seu diretor Ulysses Pernambucano, Matadouro Municipal dos Peixinhos, vistas e ruas de Olinda, banho de mar.
Recife no centenário da Confederação do Equador (10min) – Ano 1924
Companhia produtora: Pernambuco Film. Produção: Ugo Falangola e J. Cambière. Documentário feito para marcar o centenário da Confederação do Equador. Mostra paisagens do Recife na época em confronto com as imagens de 1924.
Trilha sonora - André Freitas
20h30 – mesa-redonda – Preservação de acervos cinematográficosCoordenador: André Gil (técnico em conservação da Fundaj)Debatedores: Carlos Roberto de Souza (coordenador da Jornada Brasileira de Cinema Silencioso), Patrícia De Filippi (coordenadora do Laboratório de Restauração da Cinemateca Brasileira) e Lula Cardoso Ayres Filho (diretor do Instituto Cultural Lula Cardoso Ayres)
Quinta, 22 novembro
18h30 - Jurando Vingar (52 min, 35mm) – Ano: 1925
Direção: Ari Severo. Atores: Rilda Fernandes, Gentil Roiz, José Lira, Iara de Alencar e Jota Soares. A trama tem como herói um plantador de cana que vive com a mãe e a irmã. Ele tem uma namorada garçonete de um bar, que vive sendo assediada por um homem sem escrúpulos. Depois de uma briga, o vilão mata a irmã do herói e rapta sua namorada. Ele vinga a morte da irmã, matando o bandido e salvando a moça.
Trilha sonora - Loop B e Pedro Osmar
Veneza Americana (61min, 35mm) Ano 1925
Companhia Produtora: Pernambuco Films. Produção: J. Cambière e Ugo Falangola. O filme mostra o progresso do Recife, tendo como mote os festejos do Centenário da Confederação do Equador. Entre as imagens, se destaca a construção do cais do Recife.
Trilha sonora - Alex Mono e Pi.R
20h30 – debate – Cinema Pernambucano ContemporâneoCoordenador: Kleber Mendonça e/ou Luiz JoaquimDebatedores: Luis Antônio Carrilho ( Cineasta e representante da ABD – PE) e João Vieira Jr (Produtor da REC Produtores Associados, a confirmar), Paulo Caldas (Cineasta), Germano Coelho Filho (Produtor da Carcará Filmes, a confirmar).ServiçoJornada Brasileira de Cinema SilenciosoDe 19 a 22 de novembroCinema da Fundação Rua Henrique Dias, 609, Derby Informações: 3073-6688, 3073-6689, 3073-6712 e 3073-6651 Ingressos: R$ 6 (inteira) e R$ 3 (acima de 60 anos/estudantes)
Da Redação do PERNAMBUCO.COM
www.fundaj.gov.br
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