segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Grata surpresa

Ver e ouvir mais uma vez Paulo Autran (1922 – 2007).

Não escrevi sobre ele antes e acabei devendo isso a mim mesma, assim de uma maneira calada, ensimesmada, solitária.

Por que? Porque acredito nunca ter dito a ninguém que ele seria meu ator preferido ao lado de minha atriz predileta Fernanda Montenegro, mas pode me dizer quem quiser se estou errada, já falei a algum de você sobre essas minhas preferências? Certezas não tenho, como não as tenho em relação a quase nada em minha vida, nem sequer se realmente vivo, porém penso que guardei tal “revelação” para algum momento inusitado e fantasiado...

Estaria na TV em algum programa muito bom (algo raro) talvez com Antônio Abujamra em Provocações, entre outras perguntas, esta me seria feita: quem é seu ator preferido? E eu responderia sem titubear: Paulo Autran, não que eu o conheça divinamente bem e tenha assistido a qualquer peça sua que fosse...

Entretanto, quando estava em casa na sexta, dia 19/10, ao invés de estar comemorando o aniversário do meu querido Juddy/Arthur por pura falta de energia mental e física em conseqüência... trocando os canais de maneira esquizofrênica, na TV E/Universitária, primeiramente descobri que meu inesquecível admirado, era primo de nossa 1ª Dama do Teatro Pernambucano, ou seja, Geninha da Rosa Borges... Eu pensei... ohhh! Mais uma daquelas coisas que nunca esperamos, porém compreensíveis de ser, continuei assistindo ao mesmo canal e então a “Grata surpresa” do título: uma reprise de um Programa (Conexão Roberto D’Avila) exibido em abril de 1997, quando Paulo Autran tinha 74 anos.

Eu, reles fã, digo mais... relapsa... nunca havia visto qualquer entrevista com ele, mas “incrível”? talvez não, ele era exatamente como eu pensava: inteligente, sagaz, notável.

Começou a interpretar aos 27 anos, idade “catastrófica” para grandes nomes do Rock: Jimi Hendrix, Janis Joplin, Jim Morrison, Kurt Cobain, esqueci de alguém?

Pois é, depois de formado em Direito, os palcos brasileiros puderam ter o privilégio de “conhecer” seu maior ator.

Por fim tanto eu, quanto Geninha guardamos certas frustrações, eu por nunca tê-lo visto no teatro, ela por nunca ter dividido os palcos com o primo, pelo menos estou em boa companhia.

VIVA A PAULO AUTRAN, SAUDADES...

Finalizo com uma frase sua:

“A certeza de que iremos morrer um dia, é o que nos releva o extraordinário prazer que é viver”


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